Como a enxaqueca afeta o rendimento no trabalho
Enxaqueca não precisa ser uma dor de cabeça para as empresas
Estudos revelam que enxaquecosos podem produzir menos e com prejuízo no rendimento laboral.
Estima-se que a diminuição de produtividade no trabalho por causa da enxaqueca (migrânea) leve as empresas a prejuízos de bilhões de dólares por ano, em todo o mundo.
Estudos realizados pelo Departamento de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional da Universidade de Cincinnati (EUA), revelam que a enxaqueca afeta a qualidade de vida e o rendimento no trabalho ou estudo, diminuindo, assim, a capacidade de ganhar dinheiro.
De acordo com o neurologista Henrique Carneiro, diretor da Sociedade Mineira de Cefaleia, a enxaqueca prejudica o desempenho ou aproveitamento no trabalho não apenas pelo absenteísmo – falta ao serviço por causa da doença – mas também pelo presenteísmo. Neste caso, a pessoa comparece ao trabalho, mas, devido à doença, tem seu rendimento comprometido. Estima-se que a perda de capacidade laboral em pacientes com enxaqueca crônica não tratada é de 20% (presenteísmo) e que os mesmos tem cerca de 9 a 12 dias de absenteísmo ao ano. Além disso, os enxaquecosos – como são chamados os portadores da enxaqueca podem sofrer preconceito, pois estão sujeitos a desmarcarem reuniões devido às crises ou mesmo rejeitar uma promoção no trabalho pelo nível de tensão que o cargo pode exigir. “A enxaqueca é uma doença que afeta os indivíduos e as empresas. Mas este não pode ser um fator de desqualificação profissional. Cerca de um quinto da população mundial sofre da doença, parcela que se repete no Brasil. A migrânea não deve ser critério de eliminação para um candidato capacitado para a vaga”, explica.
O neurologista aponta soluções simples, como a implantação de política de saúde entre os funcionários, por meio de palestras, campanhas de conscientização e acompanhamento médico adequado. “O problema não é ter enxaqueca, e sim, o diagnóstico e tratamento equivocados. Muitas vezes, a dor se manifesta em diferentes áreas, podendo ser confundidas com sinusite ou dor de dente”, alerta.
Atitudes como diminuir do consumo de cafeína e outros alimentos, garantir noites de sono tranquilo, evitar o tabagismo e o alcoolismo, entre outras medidas, podem diminuir ou eliminar crises de enxaqueca. “A migrânea é uma doença hereditária e é preciso que cada paciente, juntamente com o seu neurologista, consiga descobrir os fatores desencadeantes. Criar um diário da dor ajuda na identificação destes fatores e as medidas preventivas são as mais utilizadas pelos médicos. Ninguém é obrigado a conviver com a dor”, completa.
Atitudes para evitar a enxaqueca:
– Fazer um diário da dor: em que horário surge a dor, quais foram suas atividades no dia que antecedeu a crise, o que você comeu (chocolate, leite, enlatados, embutidos…), se foi desencadeado por algum cheiro forte (como perfumes, shampoos, produtos de limpeza…) o que você fez de diferente dos demais dias que pode ter provocado a crise, qual a intensidade e duração da dor e quais os sintomas percebidos.
– Praticar atividade física regular;
– Evitar tensões;
– ter noites de sono tranquilo;
– Evitar o consumo excessivo de cafeína e de álcool;
– Evitar o tabagismo;
– Identificar os fatores ambientais que contribuem para o aparecimento da enxaqueca e evitá-los. Alguns desses fatores são exposição excessiva ao sol e exercícios físicos extenuantes;
– Evitar o uso contínuo de analgésicos. Consumir medicamentos mais de duas vezes por semana durante três meses seguidos pode tornar a doença crônica.
– Evitar longos períodos de jejum.
Atitudes para a empresa identificar e minimizar os problemas causados pela enxaqueca nos funcionários:
– Fazer uma pesquisa para detectar os funcionários que apresentam sintomas característicos da enxaqueca; Aplicação de testes específicos sobre impacto da dor no rendimento laboral (HIT test – Headache impact test) que pode ser aplicado no próprio ambiente de trabalho ou por internet.
– Implementar ações coletivas que estimulem a qualidade de vida dos funcionários e reduzam vícios potencialmente causadores de dor;
– Incentivar o acompanhamento médico adequado para casos selecionados.
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